Fake News: o advento da internet e a credibilidade informativa

As fake news estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia. O futurista Alvin Toffler costumava dizer que o futuro sempre vem rápido demais, embora na ordem errada. A comunicação é uma das poucas indústrias que passou por tamanhas e tão aceleradas transformações, desde a estreia de massa em 1994. Com essas mudanças aceleradas e a força da disseminação das informações, como prever a nossa forma de comunicação em dez anos?

O grande risco dessa aposta é alto, pois temos uma tendência de imaginar o futuro com base em observações do mundo a nossa volta, quando na verdade deveríamos imaginar o futuro com base em técnicas e equipamentos com os quais ainda nem sonhamos. E mesmo com toda essa dificuldade Nelson Sirotsky, que presidiu a Associação Nacional de Jornais (ANI) de 2004 a 2008, foi capaz de antever que os jornais impressos de sucesso no universo digital, seriam aqueles que conseguissem se adequar aos interesses mais específicos dos leitores.

Em uma de suas visões, Nelson previu que os mediacenters, onde as linguagens integradas de texto, vídeo, áudio, email, etc. estariam todos à disposição do público a qualquer momento.

Hoje isso é uma realidade chamada smartphone, um aparelho que revolucionou a forma como nos relacionamos com o mundo. Então com o advento da internet, a massificação das redes sociais, a credibilidade informativa era um monopólio natural dos jornalistas e veículos de comunicação profissionais. Quando centenas de milhões de usuários ganharam voz, a informação saiu do modo passivo, e as redes criaram a percepção de que a realidade estava sendo moldada por uma massa, bem-intencionada em espalhar vídeos, testos e áudios com suas verdades.

Com a chegada das fake news, pela primeira vez na história, uma única mentira pode ser disseminada em horas para centenas de milhões de pessoas.

As fake news e a confiança

Com tantas fake news espalhadas por todo mundo, a confiança passou a ser gênero de primeira necessidade, e com o andar da carruagem, esse será um bem cada vez mais escasso.

Com o intuito de combater as fake news, surgiram as agências de checagem, e com elas, também serão criadas as falsas agências. Com tudo isso, o índice de confiança dos brasileiros na imprensa chega a 60%, o segundo mais alto do mundo, após a Finlândia.

E como a reputação se tornou o bem mais precioso das empresas, cuidar da sua imagem significa inspecionar cada vez mais, onde sua marca está sendo exposta. Independente dos veículos profissionais, seja digital ou analógico, ligados a marcas respeitadas, eles tendem a se beneficiar desta crescente preocupação.

As fake news não deixarão de existir tão cedo. E aos jornalistas profissionais, não bastará apenas reproduzir em segundos ou minutos uma notícia. Com a velocidade das redes sociais, um tuíte sobre um mesmo assunto já não tem valor.

Para os profissionais de jornalismo que querem se diferenciar, e poder cobrar por conteúdos, eles terão que apresentar quase que instantaneamente, dados e análises adicionais como: por quê? Como? E o quê? Essa condição exigirá mais especialistas ouvidos como oráculos do que que generalista que atiram por todos os lados. Com isso, os veículos irão trabalhar cada vez mais em duas velocidades: decantada e instantânea.

E você, está preparado para o futuro da comunicação?

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